A Siemon está celebrando a formação de uma parceria estratégica com a NVIDIA. Somando 121 anos no mercado de conectividade e 5.000 patentes, sendo mais de 400 ainda ativas, a empresa agora faz parte da NVIDIA Partner Network. Com isso, reafirma a sua posição com foco em inovação para oferecer soluções de conectividade de alta performance que atendem às necessidades de infraestruturas de inteligência artificial.
Nesta entrevista, Eli Batista, Country Manager da empresa no Brasil, aborda os principais desafios e oportunidades que a IA e a computação quântica trazem para a transformação dos Data Centers, destacando tendências tecnológicas emergentes para empresas que buscam se adaptar a essa nova realidade.
Qual é a importância da parceria com a NVIDIA para a empresa e para os clientes da Siemon?
A Siemon se uniu à NVIDIA Partner Network como Solution Advisor Consultant. Juntos, oferecemos soluções de ponta para enfrentar os desafios dos Data Centers com IA. O programa NVIDIA Partner Network é um ecossistema de especialistas da NVIDIA, que possuem o conhecimento e as habilidades necessários para ajudar os clientes a superar seus desafios mais complexos e acelerar seus negócios por meio das soluções NVIDIA.
Ao combinar a expertise em IA da NVIDIA com o profundo conhecimento em infraestrutura da Siemon, entregamos produtos e serviços completos – desde o design até a implementação e suporte – para redes de alto desempenho, adaptadas às necessidades precisas dos Data Centers.
Como todos sabem, a NVIDIA é atualmente o principal player em IA e HPC. Desde 2020/21, temos colaborado com a NVIDIA e outros líderes do setor no desenvolvimento de soluções de conectividade para IA e HPC. Esta parceria reforça nosso compromisso em manter o pioneirismo e a inovação no segmento. Oferecemos soluções completas para atender às demandas de conectividade das GPUs NVIDIA, PoD, SuperPoD, entre outros.
Quais são os aspectos da infraestrutura de Data Centers que estão passando por uma maior transformação para se adaptar às necessidades da IA generativa e da computação quântica?
Os desafios são imensos quando falamos de IA, mas, como todo grande desafio, também há muitas oportunidades. No campo da eficiência energética, a busca por soluções que atendam à alta demanda por energia e refrigeração. Na área de conectividade, há a necessidade de múltiplas redundâncias, devido à capacidade de processamento exigida para treinamentos e ao processamento paralelo proporcionado pelas GPUs.
No caso da computação quântica, os estudos têm avançado de maneira promissora, embora ainda não esteja comercialmente disponível para todos os nichos, como ocorre com a IA. No Brasil, já temos exemplos importantes de computação quântica aplicada à IA, especialmente para o processamento em verticais específicas, como no mercado financeiro e na pesquisa para exploração de petróleo, entre outros.
Quais são as principais soluções da Siemon para redes de IA generativa e que características evidenciam os benefícios dessas soluções?
Quando se trata de conectividade, somos a única empresa que pesquisa, desenvolve, fabrica e comercializa um pacote completo para o mercado de Data Centers com IA e HPC. Oferecemos desde soluções tradicionais em fibra óptica e cabeamento metálico para 10G, 25G, 50G ou 100G, até soluções avançadas que atendem às demandas de 400G e 800G, em redes Ethernet ou Infiniband. Além disso, estamos desenvolvendo soluções que podem atingir até 1.6T.
Contamos com um portfólio vasto para atender as demandas de Data Centers tradicionais, com HPC e/ou IA, com cases já implementados no Brasil e ao redor do mundo. Nossas soluções para IA atendem os requisitos de todos os principais players, como NVIDIA, DELL, Huawei, Supermicro, Lenovo, IBM, entre outros.
Quais são os principais conselhos da Siemon para clientes que pretendem implementar soluções para Data Centers com o uso de IA generativa e computação quântica?
Como mencionei sobre a computação quântica, exceto para institutos de pesquisa e/ou setores com necessidades específicas, como a exploração de petróleo, recomendo aguardar um pouco para ver qual caminho e plataforma serão adotados. É importante acompanhar o mercado e os desdobramentos dos testes que estão sendo conduzidos por empresas como IBM, Lenovo, Huawei, Dell, Intel, entre outras.
Em relação à IA, acredito que todos, sem exceção, devem explorar maneiras de ingressar nesse mercado e avaliar como sua infraestrutura atual pode se adaptar à implementação de IA, integrando-a com o que já existe. O ideal é começar com pequenas implementações utilizando GPUs, verificando, testando e aprendendo com os desafios encontrados ao longo do processo.
Que tendências a Siemon destacaria para os próximos anos em termos de infraestrutura e cabeamento adaptados a essas tecnologias emergentes?
À medida que a digitalização global continua a se expandir, os Data Centers, que estão no centro das operações críticas das empresas, estão demandando cada vez mais largura de banda. Aplicações em fibra multimodo e monomodo já alcançam até 400 Gigabits por segundo, enquanto os padrões para Ethernet de 800 Gb/s estão em fase avançada de desenvolvimento. Futuras aplicações de 1,6 e 3,2 Terabits por segundo (Tb/s) também estão no horizonte. Sistemas de cabeamento de alto desempenho e ultrabaixa perda (ULL) são fundamentais para garantir suporte confiável a aplicações monomodo de curto alcance, proporcionando flexibilidade, capacidade de gerenciamento, escalabilidade e velocidade de implantação — uma tendência clara para o futuro dos Data Centers.
Além disso, temos observado um aumento significativo na demanda por conexões com cabos DAC e/ou AoC, que suportam conexões ponto a ponto de alto desempenho, com velocidades de 10G a 800G em várias aplicações. Essas conexões utilizam padrões como Ethernet ou InfiniBand com OSFP-FT, OSFP-RHS, QSFP-DD, QSFP56, QSFP28, QSFP+, SFP-DD, SFP28 e SFP+ em configurações diretas e breakout, confirmando uma tendência crescente no setor.
Por fim, não poderíamos deixar de mencionar a conectividade em fibra óptica utilizando ULL (Ultra Low Loss), que se destaca por sua baixa perda de sinal, ideal para as demandas modernas de alta performance.