Executivos de TI em todo o mundo têm um dilema. Os líderes empresariais fizeram do aumento da produtividade uma prioridade e, para muitas empresas, isso significa investir pesadamente em dados e nas ferramentas de IA necessárias para gerenciá-los.

No entanto, ao mesmo tempo, os líderes de TI são constantemente lembrados por seus colegas executivos de que suas empresas têm metas de sustentabilidade e que uma das maiores fontes de emissões de carbono é o armazenamento de dados.

É também uma questão global. O Google anunciou recentemente um aumento de 48% nas emissões desde 2019 e grande parte desse consumo de energia foi resultado do enorme aumento no uso de IA. A Microsoft, que posicionou as ferramentas generativas de IA no centro de sua oferta de produtos, anunciou recentemente que suas emissões de CO2 aumentaram quase 30% desde 2020 devido à expansão de Data Centers.

Não são apenas as grandes empresas de tecnologia. À medida que as empresas se tornam cada vez mais dependentes de dados e IA, o consumo de energia aumentará. Entre 2022 e 2030, a demanda por energia aumentará cerca de 2,4%, estima o Goldman Sachs Research – e cerca de 0,9% desse número estará vinculado ao uso do Data Center.

As empresas estão cada vez mais sob pressão de acionistas, sindicatos e, em alguns casos, seus funcionários para aderir aos padrões de sustentabilidade.

Eles estão respondendo fazendo mudanças positivas, como mudar para fontes de energia renováveis, monitorar e, em alguns casos, substituir hardware que consome muita energia e desenvolver práticas eficientes de gerenciamento de dados. A Meta, por exemplo, fez esforços para lidar com sua pegada energética, alegando ter alcançado 100% de energia renovável em seus Data Centers e escritórios até 2020. A empresa também está investindo em novas tecnologias de resfriamento e sistemas de IA que otimizam o uso de energia.

Por que a regulamentação pode ser um divisor de águas

Em algumas partes do globo, as empresas já não têm escolha quando se trata de aderir às metas de sustentabilidade. Os governos estão começando a forçar as empresas a atingir os marcadores de redução de emissões de carbono ou enfrentar repercussões legais.

No próximo ano, a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) entra em operação na Europa, forçando 50.000 empresas globais a tornar públicos seus dados ESG. Existem também os padrões desenvolvidos pelo International Sustainability Standards Board (ISSB) sob o International Financial Reporting Standards (IFRS) que afetarão empresas em todo o mundo.

A dor de cabeça para os executivos de TI é que, embora muitas vezes estejam muito cientes das emissões de sua empresa, nem sempre sabem quanto carbono seus parceiros estão gerando. Isso se tornará ainda mais problemático, pois um dos principais componentes da CSRD são as emissões do Escopo 3, que são emissões indiretas da rede de valor de uma empresa. Isso inclui emissões de toda a pilha de tecnologia de uma empresa, incluindo armazenamento de dados.

As empresas estão prontas para fornecer uma imagem completa de suas emissões? Parece que não. Uma pesquisa de 2023 da KPMG descobriu que, apesar dos prazos regulatórios se aproximarem rapidamente, uma maioria significativa das empresas (cerca de 71%) ainda não está totalmente preparada para auditorias externas de ESG.

O impacto da preocupação ambiental já está sendo sentido pela indústria de armazenamento de dados. Na pesquisa Cloud Storage Index de 2024 da Wasabi com tomadores de decisão de TI, a sustentabilidade foi selecionada como uma prioridade mais alta do que preço, escalabilidade e até desempenho.

Portanto, quando se trata de comprar armazenamento em nuvem em particular, a sustentabilidade claramente deixou de ser um "bom ter" para o topo da agenda.

Quão sustentável é o armazenamento em nuvem?

Como os líderes de TI sabem muito bem, qualquer tipo de armazenamento de dados requer quantidades significativas de eletricidade. No entanto, os sistemas de armazenamento em nuvem são mais eficientes e sustentáveis do que os modelos presenciais e híbridos.

Isso ocorre porque as empresas de nuvem são proativas em garantir que toda a capacidade disponível em seus centros seja utilizada, minimizando assim o desperdício de energia. O disco rígido médio usa cerca de sete watts de energia, independentemente de o disco estar cheio ou vazio, portanto, a alta utilização é um fator importante para melhorar a eficiência energética.

As economias de escala também desempenham um papel neste contexto. Quanto maior um Data Center se tornar, mais eficiente ele será em termos de energia. Ao contribuir para que os grandes Data Centers se tornem maiores, as empresas estão reduzindo a pegada de carbono por terabyte.

Outro ponto importante para as empresas que estão sob pressão para revelar a quantidade exata de suas emissões de gases de efeito estufa a serem consideradas é a flexibilidade de seus fornecedores de armazenamento de dados. As organizações devem procurar fornecedores que sejam capazes de apontar para o local específico no Data Center específico onde as informações estão sendo armazenadas. Isso lhes dará uma visão exata de quanta energia está sendo consumida.

Portanto, quando se trata de escolher um fornecedor de armazenamento em nuvem, os líderes empresariais têm muito em que pensar, entre os quais a sustentabilidade. O uso de energia renovável, a compensação de carbono e a eficiência energética são parâmetros importantes a serem considerados. Dado, no entanto, as mudanças regulatórias que estão chegando, a transparência também precisa estar no topo dessa lista.

As empresas estão continuamente se esforçando para se tornarem mais produtivas, e as ferramentas de IA e tecnologia podem ajudá-las a atingir suas metas. No entanto, ao tomar decisões informadas sobre o armazenamento de dados, eles podem manter os custos de energia baixos e não alcançar o crescimento às custas do planeta.