Na última década, os dados se tornaram a força vital de inúmeras empresas em todo o mundo. É a base para experiências cativantes do cliente, o combustível por trás de P&D inovadora, a chave para excelentes propostas de valor e a estrela-guia para a tomada de decisões sábias de nível C.

E para a grande maioria das organizações, esses dados agora residem na nuvem. Seja público, privado ou híbrido, isso significa que a maioria das organizações agora está confiando em fornecedores terceirizados para executar a infraestrutura física que abriga seus ativos mais valiosos. Ao mesmo tempo, é crucial que as empresas mantenham o controle sobre a maneira como os dados nessa infraestrutura física são gerenciados. A propriedade dos dados traz riscos, e a violação da conformidade traz pesadas penalidades para as organizações.

A implementação de um modelo eficaz de soberania na nuvem é uma maneira fundamental de proteger os dados e as operações de uma empresa – o que, por sua vez, garantirá que essas operações sejam eficientes e ininterruptas.

O que é soberania de nuvem?

Primeiras coisas primeiro: se o objetivo é o controle sobre os dados, o que isso realmente implica? Em essência, o termo "soberania da nuvem" refere-se à capacidade de uma organização de controlar seus dados, aplicativos e infraestrutura dentro da nuvem, garantindo a conformidade com os regulamentos locais e internacionais. Isso pode ser dividido em três áreas.

Primeiro, a soberania de dados, que envolve a organização garantindo que seus dados permaneçam sob seu controle direto, ao mesmo tempo em que adere às estruturas legais das regiões onde os dados são armazenados. Em segundo lugar, a soberania operacional, o que significa essencialmente manter total supervisão e controle sobre as operações baseadas em nuvem da empresa. E terceiro, soberania técnica, o que significa que a organização pode operar seus aplicativos e cargas de trabalho sem depender de um único fornecedor de nuvem.

Quando todas essas três áreas forem alcançadas e mantidas, as empresas provavelmente estarão operando um modelo completo de "soberania na nuvem" – com controle direto sobre seus dados, sistemas e o backbone digital que os mantém funcionando.

Quais são os principais desafios a serem superados?

Parece bom, certo? Mas também complexo, para dizer o mínimo, e há vários desafios importantes que as empresas precisam superar no caminho para a soberania da nuvem.

Um desafio é o das transferências de dados internacionais e da conformidade. Regulamentos como o GDPR impõem restrições rígidas ao fluxo de dados entre regiões, principalmente entre a UE e países não pertencentes à UE, como os Estados Unidos, e podem criar conflitos de conformidade para organizações que operam em mais de uma jurisdição.

Além disso, a crescente adoção de ambientes multinuvem e computação Edge significa que a governança de dados agora vai muito além da nuvem para uma série de plataformas e infraestruturas diferentes, o que torna a soberania e a conformidade da nuvem exponencialmente mais difíceis.

E isso antes de mencionarmos o simples fato de que a conformidade também custa muito tempo e dinheiro.

Nove etapas para a soberania da nuvem de alto nível

Portanto, com tudo isso em mente – a necessidade urgente de alcançar a soberania da nuvem para apoiar a conformidade e as dificuldades envolvidas em alcançá-la – quais etapas as empresas devem tomar para construir um modelo eficaz de soberania da nuvem?

1) Execute uma auditoria de dados

Uma auditoria de dados é o melhor lugar para começar. As empresas devem avaliar proativamente os locais e caminhos de armazenamento, processamento e transmissão de dados. Isso ajuda a identificar vulnerabilidades e garante o alinhamento com as estruturas de proteção de dados em evolução, reduzindo os riscos à soberania de dados. Por exemplo, as organizações podem mapear o armazenamento, o processamento e a transmissão de dados para garantir a conformidade com os regulamentos locais.

2) Armazenar dados de onde eles se originam

Também é importante armazenar dados dentro da jurisdição de sua origem, permitindo que você proteja informações confidenciais de acordo com as leis locais, simplifique a conformidade com os regulamentos e minimize o risco legal em um cenário global cada vez mais complexo.

3) Controle o acesso firmemente

A segurança cibernética é obviamente crucial para qualquer modelo de nuvem. As empresas precisam adotar medidas que incluam criptografia, controles de acesso rigorosos e monitoramento em tempo real, protegendo contra acesso não autorizado e garantindo a conformidade com os regulamentos específicos do setor. Por exemplo, na área da saúde, essas medidas são usadas para proteger os registros dos pacientes e cumprir a HIPAA.

4) Torne sua proteção de dados dinâmica

As organizações precisam ter certeza de que têm uma política de proteção de dados adaptável que rege o gerenciamento de informações confidenciais. Isso será continuamente refinado e atualizado para ficar à frente das mudanças regulatórias e das melhores práticas do setor.

5) Use fornecedores que fazem residência de dados personalizada

É importante selecionar parceiros de nuvem que ofereçam opções de residência de dados personalizáveis. Essa flexibilidade capacita as organizações a atender a diversos requisitos regionais, mantendo o controle sobre onde os dados são armazenados e processados.

6) Desenvolva uma estrutura de governança global

A maioria dos regulamentos exige isso de qualquer maneira, mas as empresas devem se concentrar na criação e implementação de um modelo de governança abrangente para gerenciar dados em ecossistemas de nuvem.

7) Seja multinuvem

A criação de uma estratégia multinuvem significa que o gerenciamento de dados é diversificado em vários fornecedores. Isso aumenta a resiliência operacional, oferece maior flexibilidade, facilita a conformidade com as leis regionais de dados e evita a dependência do fornecedor.

8) Acelere a conformidade com IA e automação

As soluções orientadas por IA podem acelerar maciçamente tarefas repetitivas, como monitoramento de conformidade, gerenciamento de fluxo de dados e detecção de riscos em tempo real, ao mesmo tempo, reduzindo o erro humano, aumentando a eficiência e garantindo que as práticas de dados organizacionais permaneçam prontas para auditoria.

9) Junte-se a especialistas em conformidade

Por que ter um cachorro e latir sozinho? As empresas devem optar por fornecedores de nuvem especializados em navegar no complexo cenário de conformidade, dando-lhes a experiência e as soluções necessárias para gerenciar com confiança os desafios regulatórios sem sufocar a inovação.

Ao priorizar a soberania da nuvem, as empresas podem transformar a conformidade em uma vantagem competitiva, equilibrando controle, inovação e resiliência para prosperar em uma economia orientada por dados. As estratégias descritas acima fornecem um roteiro claro para proteger dados, simplificar operações e navegar por regulamentações complexas com confiança e lidar com desafios regulatórios sem sufocar a inovação.