A migração de cargas de trabalho para a nuvem é uma questão crucial na transformação digital das empresas. Esse processo beneficia principalmente aquelas que precisam de escalabilidade, flexibilidade e alta disponibilidade, pois a nuvem oferece um ambiente otimizado e de rápida implantação. No entanto, a transição também apresenta desafios significativos, como a adaptação de aplicativos legados e o gerenciamento de custos, especialmente para setores altamente regulamentados.
Além disso, a segurança dos dados é uma preocupação central, exigindo estratégias de proteção robustas e a escolha de provedores confiáveis. Nesse contexto, as tendências tecnológicas, como a inteligência artificial e a automação, reforçam o valor estratégico da nuvem, tornando-a um recurso indispensável para manter a competitividade dos negócios em um futuro próximo.
No dia 5 de novembro, vários especialistas falarão sobre esse tema no DCD>Debate: Separando o joio do trigo - toda carga de trabalho pode ir para a nuvem? no evento DCD>Connect São Paulo. Um dos participantes dessa discussão, Bruno Adorno, Diretor Comercial da Binario Cloud, compartilha sua visão sobre este tema antes do evento:
Quais tipos de cargas de trabalho você considera que se beneficiam mais da migração para a nuvem e por quê?
As cargas de trabalho que mais se beneficiam da migração para a nuvem são aquelas que exigem escalabilidade, flexibilidade e alta disponibilidade.
Além disso, a migração para a nuvem é vantajosa para cargas que precisam de um ambiente mais performático, com rápida implantação e escalabilidade contínua. A possibilidade de experimentar e testar rapidamente, sem interrupções ou limitações de infraestrutura física, torna a nuvem uma escolha estratégica para essas situações.
Por isso, cargas de trabalho que exigem flexibilidade, alta disponibilidade e otimização de custos encontram na nuvem um ambiente ideal para aumentar a eficiência e a resiliência, ao mesmo tempo em que permitem uma adaptação rápida às mudanças nas necessidades de negócio.
Quais são os principais desafios e obstáculos que as empresas costumam enfrentar ao migrar suas cargas de trabalho para a nuvem? Como esses desafios variam de acordo com o tipo de empresa ou setor?
Os desafios mais comuns incluem a complexidade de migrar aplicações legadas, a falta de expertise interna e as preocupações com compliance e segurança. Empresas que operam em setores altamente regulados enfrentam desafios adicionais, como garantir que as normas de conformidade sejam seguidas à risca. Já em empresas de tecnologia, por exemplo, o principal obstáculo costuma ser a integração de sistemas e a adaptação ao novo modelo operacional.
Outro desafio relevante é a otimização de custos. Muitas empresas subestimam a complexidade de gerenciar custos em ambientes de nuvem. Mas sem um planejamento estratégico é fácil perder controle sobre a alocação de recursos. Ao migrar para nuvem deve-se considerar a utilização de ferramentas de FinOps para acompanhamento e otimização do uso dos recursos.
Como os recursos da nuvem são utilizados sob demanda, esse acompanhamento é importante para que somente sejam utilizados recursos adicionais quando necessários como, por exemplo, campanhas de datas comemorativas.
Quais são as preocupações mais comuns em relação à segurança dos dados quando se trata de cargas de trabalho na nuvem? Quais estratégias as empresas podem adotar para mitigar riscos?
A segurança dos dados é uma das maiores preocupações em qualquer discussão sobre migração para a nuvem. As questões mais comuns envolvem a proteção contra violações de dados, ataques cibernéticos e o controle sobre quem tem acesso às informações.
Para mitigar esses riscos, é fundamental adotar medidas de segurança aplicada em várias camadas como firewalls, soluções de EDR e WAF, que podem ser aplicados em projetos individualmente. A nuvem deve possuir criptografia de dados, sistemas de monitoramento de segurança em tempo real, MFA (autenticação multifator) e solução anti-DDoS, além de garantir uma estrutura de alta disponibilidade e redundante de storage.
Outros serviços como realizar periodicamente uma análise de vulnerabilidade e manter as políticas de segurança atualizadas também contribuem para a saúde do ambiente.
A escolha de um provedor de nuvem que adote as melhores práticas do mercado como ITIL, COBIT, ISOs que tenham certificações de conformidade atualizadas e um histórico sólido em segurança, é essencial para garantir a integridade dos dados.
Considerando as tendências atuais e futuras em tecnologia e nuvem, quais conselhos você daria às empresas que estão avaliando a possibilidade de migrar suas cargas de trabalho? Que aspectos devem ser priorizados para garantir uma transição bem-sucedida?
Inicialmente é importante analisar a compatibilidade do ambiente atual com os sistemas em nuvem para garantir uma migração assertiva, investir em aplicações que sejam multicloud permite que as empresas tenham flexibilidade na escolha de qual nuvem hospedar seus dados.
Para uma migração de dados legados e sistemas operacionais antigos deve-se realizar um planejamento detalhado com equipe de profissionais qualificados. É importante priorizar aplicações que precisam de escalabilidade e flexibilidade.
Além disso, a automação, o uso de inteligência artificial para gerenciamento de operações e dados, a ferramenta de FinOps e a adoção de sistemas de observabilidade também são tendências que podem ser integradas à estratégia de migração.
Um último ponto que destaco é que a nuvem não é apenas uma solução de tecnologia; ela é uma estratégia de negócios que pode desbloquear novos fluxos de receita e gerar uma vantagem competitiva significativa. Portanto, as empresas que desejam manter a competitividade devem considerar a migração para a nuvem.
Adicionalmente, as pesquisas atuais indicam que as empresas, tanto a nível global como Brasil, estão investindo cada vez mais no setor de TI e a previsão para os próximos anos é que esse índice aumente impulsionado por três grandes pilares: IA, Segurança Cibernética e NUVEM.
Podemos dizer que em um futuro bem próximo todas as empresas migrarão seus dados para a nuvem, seja privada ou pública, essa é a tendência. A pergunta atual não é se as empresas migrarão para a nuvem, mas quando.