Nos primeiros anos do século XXI, o foco dos sistemas de armazenamento estava em soluções tradicionais. Quais foram as principais tecnologias e desenvolvimentos em armazenamento que transformaram a indústria?

Ao longo dos anos, o armazenamento de dados evoluiu enormemente, passando de sistemas tradicionais baseados em discos rígidos para soluções inovadoras projetadas para melhorar aspectos de eficiência, escalabilidade e sustentabilidade.

Uma das tecnologias-chave que transformaram a indústria é o armazenamento All-Flash, que melhorou radicalmente o desempenho, a confiabilidade e a eficiência energética dos data centers. Graças aos avanços na densidade do armazenamento em flash e à redução de custos, espera-se que os discos rígidos mecânicos (HDDs) sejam praticamente eliminados nos próximos anos.

Outro avanço fundamental foi a introdução de atualizações não disruptivas e de modelos de armazenamento como serviço que eliminaram a necessidade de migrações de dados caras e arriscadas, permitindo atualizações contínuas de hardware e software sem interrupções.

Além disso, as plataformas de armazenamento unificadas permitiram que as organizações otimizassem o uso de seus recursos de armazenamento, reduzindo a complexidade e melhorando a agilidade operacional. Por fim, o armazenamento unificado em grande escala para arquivos e objetos voltado para inteligência artificial, como o implementado na plataforma Pure Storage FlashBlade, impulsionou a adoção de arquiteturas otimizadas para gerenciar grandes volumes de dados em aplicações de IA e aprendizado de máquina, facilitando um acesso mais rápido e eficiente às informações necessárias para o treinamento de modelos avançados.

Como a popularização da nuvem impactou a infraestrutura e as operações dos data centers nos últimos anos, especialmente em termos de computação e armazenamento?

O crescimento do uso da nuvem levou a uma transformação profunda na infraestrutura dos data centers. Algumas empresas migraram de abordagens tradicionais de armazenamento on-premise para modelos mais flexíveis baseados na nuvem, provocando mudanças significativas na gestão de recursos de armazenamento e computação.

Uma das principais lições da nuvem foi a demanda das empresas por flexibilidade e simplicidade. Isso levou à criação de modelos de consumo semelhantes à nuvem, como o STaaS, que permite que organizações acessem capacidades de armazenamento de forma flexível e sob demanda, sem a necessidade de grandes investimentos iniciais em hardware.

À medida que a experiência com a nuvem amadureceu, houve uma evolução do enfoque "cloud-first" para "cloud-best", ou seja, as empresas agora avaliam cuidadosamente a adoção da nuvem com base em suas necessidades específicas, em vez de migrar todas as cargas de trabalho sem uma análise prévia.

O modelo híbrido surgiu como a solução ideal, permitindo que as organizações combinem a escalabilidade da nuvem pública com o controle e a segurança da nuvem privada, além de soluções on-premise. Essa abordagem otimizou custos, melhorou a agilidade e eliminou muitos dos desafios associados à rigidez da infraestrutura tradicional em determinados casos de uso.

Nas últimas décadas, vimos um aumento significativo na densidade dos racks nos data centers. Qual considera ter sido o avanço mais importante em termos de design e capacidade dos racks para suportar cargas de trabalho crescentes? Como essa mudança influenciou a eficiência energética e a utilização do espaço?

Uma das mudanças mais significativas nos data centers foi a evolução do armazenamento para soluções mais densas e eficientes. As soluções All-Flash e SSD foram fatores-chave, permitindo armazenar grandes volumes de dados em um espaço muito menor, reduzindo a quantidade de racks necessários e otimizando o uso do espaço.

Os sistemas de armazenamento modernos All-Flash reduziram significativamente o espaço necessário nos racks em comparação com as soluções tradicionais baseadas em discos rígidos mecânicos (HDDs). Plataformas como a Pure Storage, por exemplo, podem ser extremamente eficientes em termos de consumo de energia, fáceis de gerenciar, confiáveis e de alto desempenho. Isso permite ganhos sustentáveis, reduzindo em até 95% os requisitos de energia, espaço e administração em relação ao armazenamento baseado em HDDs.

Quais tendências de armazenamento serão adotadas nos data centers nos próximos anos, especialmente para atender às demandas de inteligência artificial e processamento de dados em larga escala?

Sem dúvida, uma das tendências mais importantes é a adoção do armazenamento All-Flash, que permite alcançar a densidade e eficiência energética necessárias para suportar o crescimento exponencial dos dados utilizados em projetos de inteligência artificial. À medida que os volumes de dados continuam aumentando, as empresas precisam de soluções de armazenamento mais eficientes para gerenciar esses conjuntos massivos de informações sem que os custos de espaço e energia dos data centers aumentem drasticamente.

Isso se deve ao grande desafio de otimizar o uso eficiente das GPUs para executar modelos de IA. Atualmente, os projetos de IA requerem infraestruturas com densidades de potência de até 40-50 quilowatts por rack, superando a capacidade de muitos data centers tradicionais. Como resultado, as organizações estão reavaliando sua infraestrutura para suportar essa demanda energética crescente e garantir que as GPUs possam operar sem restrições.

As soluções de armazenamento legadas, baseadas em HDDs ou tecnologias híbridas, podem se tornar um gargalo para as GPUs, causando interrupções e lentidão nos projetos de inteligência artificial.