O mercado de banda larga por satélite no Brasil passou por uma transformação notável em 2023, impulsionado pela expansão da Starlink, empresa liderada pelo bilionário Elon Musk. Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a provedora de internet encerrou o ano com mais de 132 mil clientes no país, um aumento impressionante de 1.046% em comparação com os 11,6 mil usuários registrados no ano anterior.

A ascensão da Starlink teve um impacto significativo nas empresas concorrentes locais. Muitos clientes migraram da Hughes, que, apesar de continuar liderando o mercado de provimento por satélite, experimentou uma redução de 10%. Viasat e Telebras também registraram queda ao longo do ano.

A Hughes, que detinha uma posição dominante desde 2017, enfrentou a concorrência crescente da Viasat/Telebras e a expansão da fibra óptica, perdendo clientes gradualmente. Em dezembro de 2019, atingiu o pico de 288 mil contratos, com uma participação de mercado de 92%. No entanto, a chegada da Starlink em setembro de 2022 alterou drasticamente o cenário.

No final de 2022, a Hughes detinha 68% do mercado, a Starlink possuía 5%, e a Viasat 10,9%. Agora, em dezembro de 2023, a Hughes reduziu sua participação para 47,8%, a Viasat para 7,7%, enquanto a Starlink conquistou uma fatia impressionante de 35,2%. Especificamente no segmento de pessoas físicas, a Starlink superou a Hughes e tornou-se líder em 2023, com 132 mil acessos, comparados aos 105 mil da concorrente tradicional. Assim, a Starlink encerrou o ano com uma participação de mercado de 49,2% entre os consumidores finais, em comparação com 39,3% da Hughes e 10,5% da Viasat.

O panorama da banda larga por satélite no Brasil mudou significativamente em apenas um ano, destacando a rápida ascensão da Starlink.