A União Europeia elaborou um programa espacial com uma constelação de 290 satélites que rivalizará com o serviço Starlink de Elon Musk.

Em comunicado, a Comissão Europeia afirma ter assinado o contrato de concessão da Infraestrutura de Resiliência, Interconectividade e Segurança por Satélite (IRIS²), com o consórcio SpaceRISE.

O consórcio SpaceRISE é composto por vários players do setor de satélites, incluindo o SES, Eutelsat SA e Hispasat SA.

Vários parceiros importantes também foram mencionados, incluindo a Thales Alenia Space, OHB, Airbus Defence and Space, Telespazio, Deutsche Telekom, Orange, Hisdesat e Thales SIX.

A UE já havia garantido um acordo de 6 bilhões de euros (38 bilhões de reais) para desenvolver seu próprio sistema de internet via satélite em 2022, quando o bloco disse que pretendia ter o sistema instalado e funcionando até 2027. A data foi marcada novamente para 2029.

De acordo com a CE, a associação desenvolverá, implantará e operará o novo sistema da União Europeia. A Comissão disse que este é um "passo significativo em direção à soberania da Europa e à conectividade segura".

Os operadores do satélite, a CE e a Agência Espacial Europeia (ESA), concordaram em desenvolver a constelação IRIS 2 sob um contrato de 12 anos, que está programado para ser lançado em 2029.

No total, o orçamento do IRIS² é de 10,6 bilhões de euros (68 bilhões de reais), dos quais 6,5 bilhões (42 bilhões de reais) vêm de financiamento público, e 550 milhões (3,5 bilhões de reais) vêm do programa de Projetos de Parceria da ESA. O restante do financiamento, pouco mais de 4 bilhões de euros (25 bilhões de reais), virá do consórcio SpaceRISE.

A constelação será lançada em foguetes europeus, confirmou a ESA.

"O IRIS² não é apenas uma conquista tecnológica: é uma prova da ambição e unidade da Europa", disse Henna Virkkunen, vice-presidenta executiva de Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia.

"Essa constelação de ponta protegerá nossas infraestruturas críticas, conectará nossas áreas mais remotas e aumentará a autonomia estratégica da Europa. Ao fazer parceria com o consórcio SpaceRISE, estamos demonstrando o poder da colaboração público-privada para impulsionar a inovação e oferecer benefícios tangíveis a todos os europeus".

A constelação será multi-órbita e abrangerá tanto a órbita terrestre baixa (LEO) quanto a órbita terrestre média (MEO).

Os satélites LEO fornecerão baixa latência, enquanto os MEOs fornecerão uma cobertura mais ampla. A ESA observou que uma camada adicional também será desenvolvida e lançada em Low LEO que fornecerá mais serviços.

"Trabalhando com os nossos parceiros da Comissão Europeia e da SpaceRISE, estamos orgulhosos de apoiar o desenvolvimento, qualificação e validação em órbita do próximo programa emblemático da UE para o espaço", acrescentou Laurent Jaffart, Diretor de Conectividade e Comunicações Seguras da ESA.

"Através da Diretoria de Comunicações Seguras e Conectividade da ESA, aproveitaremos décadas de experiência no desenvolvimento e implementação de programas espaciais com a indústria. Estamos ansiosos para realizar a implementação do programa em conjunto com colegas da Comissão Europeia".

A constelação rivalizará com a constelação Starlink de Musk, que cresceu significativamente nos últimos anos.