Pouco antes do Evolve24, evento global organizado pela Cloudera pela segunda vez seguida no Brasil, a DCD entrevistou Rubia Coimbra, Vice-Presidente da Cloudera para a América Latina. A executiva conversou sobre os desafios da implementação de uma estratégia de dados correta, estratégias a se tomar e a adoção da IA Generativa.
A Cloudera, diz Rubia Coimbra, é uma empresa de dados e, segundo a empresa, já vivemos em uma economia baseada em dados. Uma organização que pretende ser sólida precisa ter uma estratégia orientada por dados, e isso não é algo novo. As empresas tomam suas decisões baseadas em dados, mas existem desafios na diversidade de opções e nas implementações, fazendo com que as empresas cresçam de forma desordenada.
Em grandes empresas, continua Coimbra, é difícil evitar o uso de silos de dados. A unificação de uma estrutura de dados em uma única fonte que sirva a todos é o coração de uma estratégia de dados eficaz. Com a diversidade de infraestruturas, algumas empresas permanecem on-premise, outras migram para a nuvem, e algumas percebem que precisam das duas estratégias para armazenar seus dados. Durante o processo, percebe-se a necessidade de diversificação. No Brasil, a Cloudera atende empresas em diversas fases desse processo.
É importante que as empresas entendam que é preciso escolher a infraestrutura e o custo que atendem às suas necessidades específicas e definir qual caso de uso é o melhor. E cada vez mais o upskilling das pessoas e o treinamento organizacional são fundamentais. Rubia Coimbra comenta que desde o surgimento da IA generativa, há cerca de um ano e meio, houve uma inversão na curva de interesse: nas empresas, as pessoas passaram a buscar a área de tecnologia para entender e participar desse novo boom. A resistência e a cautela com a tecnologia diminuíram, e agora todos querem se envolver no processo.
O processo de reconfiguração total que a IA traz também significa correr riscos, como o uso de ferramentas abertas e a exposição de dados da empresa. Transmitir conhecimento torna-se uma necessidade diária, assim como treinamentos para conscientizar os colaboradores sobre os riscos e a Cloudera pode apoiar as empresas disponibilizando treinamentos em grande escala. Os CEOs estão preocupados tanto com os riscos quanto com as oportunidades, e isso depende do estilo de gestão de cada empresa. Chegamos a um ponto em que os líderes estão atentos ao que está acontecendo no cenário tecnológico. Mas, ao mesmo tempo, as grandes empresas estão pisando em ovos nessa área e é aí que entra a governança, uma parte importantíssima dessa rede.
A governança de dados, diz Rubia Coimbra, sempre existiu na área de tecnologia, mas agora precisa ser turbinada para lidar com questões mais amplas. Decidir quem terá acesso aos dados e quando, assim como determinar como destruir esses dados por questões de privacidade, são aspectos cruciais. A governança de dados é uma das cinco tendências principais da área de tecnologia, assumindo um papel central na estratégia das empresas. Pela primeira vez, a expectativa de investimento em dados superou a de segurança, refletindo a importância crescente desse tema. Para a Vice-Presidente da Cloudera a IA Generativa já é uma realidade inescapável, mas a adoção varia conforme o grau de maturidade de cada empresa. Muitas falam mais do que têm de fato em produção e não do que está efetivamente implementado. Na visão da Cloudera, estamos apenas começando a explorar casos de IA Generativa em produção. A jornada dos casos de uso sempre existiu, mas agora está sendo impulsionada de forma significativa pela IA Generativa. As empresas de grande porte já implementaram várias formas de GenAI e a Cloudera orienta os clientes que estão incertos sobre por onde começar. Coimbra explica que existem três principais usos da ferramenta: proteger o negócio, otimizar processos e tarefas de forma mais eficiente, e expandir o negócio com novas capacidades que antes não eram possíveis. Qualquer ação escolhida pelos clientes geralmente se encaixa em uma dessas categorias.
A Cloudera oferece uma plataforma abrangente que cobre desde a ingestão até a utilização dos dados, passando por todas as fases de segurança, governança e compliance. Construída com base em open source, ela minimiza problemas de segurança, assegurando um ambiente de dados protegido. A gestão de risco e crise já é uma prática estabelecida em grandes empresas, mas a educação dos colaboradores é essencial para garantir a segurança completa dos dados, finaliza Rubia Coimbra.