Um navio da marinha irlandesa, o LÉ James Joyce, escoltou um navio espião russo para fora de suas águas.

A embarcação Yantar foi encontrada navegando perto de cabos submarinos críticos de internet e energia, além de gasodutos, a leste de Dublin e sudoeste da Ilha de Man, na sexta-feira.

O incidente ocorreu poucos dias antes de um cabo submarino que conecta Finlândia e Alemanha ser rompido devido a um “impacto externo,” e outro cabo entre Suécia e Lituânia ser danificado. As causas dos incidentes, que ocorreram a uma distância de apenas dez metros um do outro, ainda não foram esclarecidas.

O Yantar entrou na zona econômica exclusiva da Irlanda na sexta-feira e foi escoltado para fora às 3h da madrugada. Ele também foi avistado a oeste de Cork na segunda e terça-feira da semana passada. Em um determinado momento, acredita-se que o navio tenha lançado três drones, por razões desconhecidas.

Oficialmente descrito como um "navio de pesquisa oceanográfica", o Yantar é amplamente conhecido como um navio espião russo. Ele carrega diversos mini-submarinos capazes de mergulhar até seis mil metros de profundidade, além de veículos remotamente operados não especificados. A publicação especializada HI Sutton analisou detalhadamente as características conhecidas do navio, documentando seu histórico de permanência próxima a rotas de cabos submarinos conhecidas.

Em fevereiro de 2020, os serviços de segurança da Irlanda acusaram a Rússia de enviar agentes de inteligência ao país para mapear a localização exata de cabos submarinos e estações de aterragem.

Grande parte da conectividade de internet entre os EUA e a Europa passa pela Irlanda, que é um importante polo de data centers. O corte de um grande número desses cabos poderia causar um impacto significativo na economia.

No ano passado, o governo do Reino Unido lançou o RFA Proteus, um "Navio de Vigilância Oceânica de Múltiplas Funções" (MROSS), para pesquisar e proteger infraestruturas submarinas nacionais críticas.

O Proteus é uma embarcação convertida, que anteriormente operava como navio comercial, mas o Reino Unido também está desenvolvendo um navio projetado especificamente para essa finalidade, com previsão de entrega no início da década de 2030.