A Netherlands Innovation Networks, organismo do Ministério dos Assuntos Econômicos da Holanda, em parceria com o centro de Estudos e Gestão estratégica (CGEE), realizou um mapeamento do cenário político atual, I + D y e inovação no Brasil sobre Inteligência Artificial titulado “The Brazilian Landscape of Science, Technology, andInnovation in Artificial Intelligence”, no qual conclui, entre outras coisas, que o país pode estabelecer uma posição mais proeminente e influente no ecossistema global da IA.
Conforme o estudo, o Brasil está consolidando-se como líder em Inteligência Artificial na América Latina, com potencial para expandir sua influência global através de colaborações estratégicas e políticas públicas sólidas.
O documento cita que a posição do Brasil no panorama mundial da IA “reflete uma complexa interação de pontos fortes, debilidades, oportunidades e ameaças” apontando que o país se estabelece como líder latino-americano em investigação da IA, desenvolvendo capacidades distintas em domínios estratégicos e implementou o marco regulatório para guiar o futuro, no entanto, o desafio está na hora de traduzir a pesquisa em aplicações comerciais, expandir a participação do setor privado e desenvolver capacidades tecnológicas soberanas.
Para o organismo, o êxito do Brasil neste assunto dependerá de fatores-chave como a aplicação do Plano Brasileiro de IA (PBIA), o desenvolvimento de mecanismos para traduzir a investigação acadêmica em aplicações comerciais, a capacidade de expansão da IA em diversas regiões e as relações com instituições internacionais que melhorem as capacidades do país, sem perder de vista a soberania e as prioridades nacionais.
Netherlands Innovation, explica que esta posição” não apenas contribuiria para o desenvolvimento econômico e o bem-estar social no Brasil”, mas que também permitiria moldar a evolução da IA de acorde aos “valores, prioridades e perspectiva diferenciada sobre os desafios globais2.
Com relação aos investimentos, o documento cita o Plano Brasileiro de inteligência Artificial (PBIA) que direcionou R$ 23 bilhões em investimentos entre 2024-2028, para cinco eixos distintos, sendo infraestrutura, inovação empresarial e capacitação os principais. Parte deste valor, 55%, cerca de R$ 13 bilhões, seriam oferecidos como créditos via FINEP e BNDES, outra parte deste valor, 25% (aproximadamente R$ 5.75 bilhões), partem de fundos não reembolsáveis do FNDCT, o restante envolveria orçamentos federais e contribuições privadas.
No tangente aos data centers, o organismo vê este setor como uma área de grande importância, especialmente pelo crescimento da demanda de soluções de IA, computação em nuvem e outras tecnologias avançadas.
O informe cita que o setor de data centers está atraindo importantes investimentos ao país, que espera receber, até 2030, cerca de US$ 6,5 bilhões em investimentos neste segmento, consolidando sua posição como um hub estratégico para data centers na América Latina.
No mercado financeiro brasileiro, os ativos de tecnologia e IA negociados na Bolsa de Valores do país atingiram R$ 98,7 bilhões em 2024, indicando um aumento significativo no interesse e na confiança dos investidores, aponta o documento, que também indica que os “padrões de investimento privado revelam o papel emergente do país no ecossistema global de IA, caracterizado por três desenvolvimentos principais. Primeiro, a rápida taxa de crescimento do investimento privado doméstico sugere um reconhecimento crescente da importância estratégica da IA entre as empresas brasileiras, apesar dos números absolutos relativamente modestos em comparação com os líderes globais. Em segundo lugar, grandes compromissos multinacionais estão acelerando o desenvolvimento de infraestrutura essencial para aplicativos avançados de IA. Terceiro, a avaliação de ativos de tecnologia e IA na Bolsa de Valores brasileira representa um amadurecimento significativo do ecossistema financeiro que apoia os empreendimentos de IA.”
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