Associados à Inteligência Artificial, estão sendo desenvolvidos casos de uso de aplicações informáticas que requerem análises da dados, tomadas de decisões e ordens de execução dessas decisões em questão de milissegundos. Pensemos por exemplo em futuros semáforos que mudam de cor em função do tráfego em cada instante, sistemas de reconhecimento facial para identificação de pessoas em acessos a eventos de grande porte e decisões de direção em carros autônomos. Esse imediatismo no processamento de dados só é possível aproximando os nodos de processamento à zona em que os fatos ocorrem. É o que se conhece como Edge Computing, tecnologia de processamento de dados “na borda”, mas próxima ao usuário final.

Essa nova necessidade de processamento imediato é impulsionada por diversos fatores, entre os que se destacam certas aplicações atuais como as plataformas de streaming e os jogos online, além do desenvolvimento da IoT, a indústria 4.0 e a evolução do carro autônomo. Tudo isso, com o grande volume de dados que gera, abre a necessidade de desenvolver uma infraestrutura de data centers mais capilar, que processe a informação no local em que o dado é gerado. Ou seja, muitos Mini Data Centers.

De fato, um relatório recente da Markets and Markets estima que o mercado global de Edge Computing crescerá de 3,3 bilhões de euros (17 bilhões de reais) em 2002 a 14,5 bilhões de euros (77 bilhões de reais) em 2025 e, segundo a Gartner, nesse mesmo ano 75% dos dados empresariais serão criados e processados em Edge.

A Nabiax avaliou como será a evolução dos data center, compilando os pontos essenciais da aplicação dessa tecnologia ao futuro da infraestrutura que sustenta a Internet:

  1. Redução de latência. Como complemento aos grandes . data centers, essas infraestruturas ficam mais próximas aos dispositivos dos usuários finais, evitando assim que os dados tenham que viajar longas distâncias. Graças ao processo de dados em Edge e a sinergia com as redes 5G, assistiremos a uma importante redução na latência. Essa diminuição da velocidade de resposta é um componente crítico a aplicações em tempo real que beneficiará muitas indústrias.
  2. Economia de custos e banda larga. A economia de uso de banda larga é uma característica fundamental do Edge Computing, o que pode ser muito vantajoso em contextos em que esse recurso é mais limitado, como em áreas rurais. Além disso, ao processar e filtrar os dados no local, se reduz a quantidade de informação que se deve enviar a um local centralizado e à nuvem, o que também economiza custos associados a essas operações.
  3. Proteção de dados e soberania digital. Graças à ampla rede de data centers já existente, grande quantidade de informação sensível que não pode sair de determinados locais é gerida e armazenada, garantindo sua soberania digital. Mas graças ao que é processado em Edge, a privacidade e a segurança também são reforçadas porque se reduz a quantidade de dados que não precisam ser transferidos pela rede, minimizando o risco de ameaças.
  4. Melhoria da tomada de decisões. O Edge Computing, o IoT e as redes 5G têm em comum uma compilação de grande quantidade de informação que precisa ser gerida de modo ágil para tomar decisões em tempo real. Um claro exemplo pode ser o carro autônomo, que precisa realizar ações e tomar decisões imediatamente. Com o uso da computação em Edge, os dados são analisados mais próximos da fonte original e o tempo de resposta é inferior.
  5. Maior segurança. Ao distribuir os recursos informáticos pela rede, as organizações podem reduzir o risco de falhas generalizada. Nas arquiteturas centralizadas tradicionais, toda a rede pode ser afetada se o servidor central e os data centers ficarem avariados. No Edge Computing, se um nodo cai, o restante da rede pode continuar funcionando independentemente.
  6. Desenvolvimento de novos setores. O desenvolvimento dessa rede de data centers “na borda” permitirá o desenvolvimento definitivo de muitas soluções que até agora não podiam ser implementadas em grande escala. Todos os dados compilados por sensores conectados à Internet das Coisas poderão ser processados no ponto mais próximo ao dispositivo, o que beneficiará setores como o da fabricação inteligente, também chamada de indústria 4.0. Graças a isso, será possível realizar controle de processos em tempo real, monitoramento do maquinário e otimizar a cadeia de produção.

O carro autônomo também poderá ser definitivamente real com o desenvolvimento da rede e também terá um papel fundamental no setor da saúde. A baixa latência permitirá a realização de cirurgias robóticas à distância, enviar dados genéticos para análise mais rapidamente e obter diagnósticos mais efetivos.

Mas isso não significa substituir os data centers tradicionais. Como explica Emilio Díaz, CEO da Nabiax, “os data centers em Edge permitirão melhorar a experiência do usuário, com uma latência praticamente inexistente, que permita a comunicação entre sistemas de modo imediato, assim como o envio de grandes pacotes de dados graças à tecnologia 5%”. Ele também diz que ”graças à extensa rede de fibra óptica na Espanha, estamos em uma posição estratégica para lidar com o aumento da demanda desse tipo de tecnologia nos próximos anos”.