Especialistas em cibersegurança se reuniram nesta quinta-feira (10) em Madri, no evento Ignite on Tour, para explorar o impacto da inteligência artificial na cibersegurança. O encontro foi organizado pela Palo Alto Networks, que apresentou seu novo estudo de mercado e revelou que duas em cada três (63%) empresas e organizações públicas consideram que as ameaças baseadas em IA são o maior risco cibernético para 2025.

Após a abertura de Marc Sarrias, Country Manager da empresa na Espanha, Helmut Reisinger, CEO da Palo Alto Networks para EMEA e LATAM, fez uma apresentação na qual destacou a necessidade de repensar a estratégia de cibersegurança em três frentes principais: soluções em tempo real, automação de processos e a plataformização.

“A plataformização se tornou um componente fundamental de qualquer estratégia moderna de cibersegurança impulsionada por IA, centrada em identificar formas de consolidar, integrar e simplificar as funções e os fornecedores de segurança. Ao reduzir significativamente o tempo médio de detecção e resolução, as organizações podem diminuir drasticamente os riscos para suas operações”, afirmou Helmut Reisinger.

O estudo indica que apenas 42% das empresas consolidaram total ou em sua maioria as soluções de cibersegurança em plataformas. No entanto, espera-se que a adoção dessa estratégia continue crescendo nos próximos anos. Essa abordagem ajuda a reduzir a complexidade tecnológica dos sistemas de cibersegurança, uma preocupação considerada prioritária por 91% das entidades pesquisadas.

Reisinger também ressaltou que a gravidade e a abrangência dos ataques continuam crescendo diariamente, com ameaças cada vez mais complexas e sofisticadas. Mais de 80% dos casos afetam diretamente os negócios, e o número de novas tentativas identificadas diariamente é alarmante: 8,95 milhões de incidentes detectados entre 85 mil clientes.

“As máquinas estão atacando, não são pessoas”, afirmou, enfatizando que, para enfrentar esses desafios, as organizações devem recorrer à inteligência artificial como principal aliada na defesa cibernética.

O evento também contou com a participação de Francisco Navarro García, CISO do Cajamar, que conversou com Helmut sobre os desafios de cibersegurança da sua empresa e destacou os riscos geopolíticos como o principal desafio atual.

Evento Palo Alto Networks
Carme Artigas, copresidente do Conselho Consultivo de IA da ONU – Daniel Fraga, DCD

A programação continuou com a palestra de Carme Artigas, copresidente do Conselho Consultivo de IA da ONU, que ressaltou o enorme potencial transformador da IA em diversas indústrias. No entanto, afirmou que ainda não estamos vendo seu real impacto devido à falta de confiança na tecnologia.

Artigas destacou que a IA generativa ainda está em desenvolvimento e que, ao atingir seu potencial de adoção, terá um impacto significativo na cibersegurança. Nesse contexto, a indústria, em vez de resistir à regulação, deve apoiá-la para garantir um uso seguro e ético. Explicou que já estão sendo criadas os guardrails, ou seja, as barreiras e limites para garantir o uso controlado da tecnologia, embora reconheça que esse processo levará tempo.

Ela também enfatizou a importância da transparência no debate sobre modelos de código aberto versus fechado e ressaltou que a regulamentação europeia não regula a IA em si, mas os casos de uso específicos. Ainda alertou que a geração e, principalmente, a distribuição de energia desempenharão um papel cada vez mais crucial para viabilizar o desenvolvimento de modelos de IA em larga escala no futuro.

Evento Palo Alto Networks
– Daniel Fraga, DCD

Na mesa-redonda sobre IA na Cibersegurança, Fanny Pérez Santiago, Global CISO da Codere, moderou a discussão sobre como as organizações podem usar plataformas baseadas em IA para fortalecer sua resiliência cibernética diante de ameaças cada vez mais sofisticadas.

Javier Torres Alonso, Global CISO da Allfunds, destacou que o desenvolvimento da automação e o uso da IA permitem agir com mais rapidez e precisão nos primeiros níveis da cibersegurança, melhorando a eficiência das respostas a incidentes.

Por sua vez, Antonio Cerezo, Head of Cybersecurity da Sanitas, compartilhou a experiência da empresa na implementação de processos automatizados. Explicou que, há três anos, os analistas levavam cerca de 30 minutos para avaliar cada caso de phishing, enquanto hoje, com os processos automatizados, o sistema reduz esse tempo para 90 segundos a cada e-mail reportado. Inicialmente, os testes tinham 80% de eficácia, mas, após algumas melhorias, o sistema foi implementado superando 99%.

Emilio Rico, Security Advisor da TRC, destacou a importância de realizar uma análise de riscos adequada antes de implementar IA nos processos de cibersegurança, bem como a necessidade de realizar testes iniciais sólidos para garantir a eficiência e eficácia das soluções automatizadas.

Na sua intervenção, Jesús Díaz Barrero, Diretor de Consultoria em Cortex & Cloud Domain da Palo Alto Networks para EMEA, focou na crescente complexidade da cibersegurança e na necessidade de uma abordagem renovada para enfrentar ataques cada vez mais rápidos e avançados. Durante sua sessão interativa, Jesús demonstrou como as soluções da Palo Alto Networks, como a Segurança de Rede de Confiança Zero (Zero Trust) e as plataformas impulsionadas por IA, protegem uma superfície de ataque em constante evolução.

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