“O Ministério da Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovações apresentará o Plano Nacional de Data Center no segundo semestre desse ano. O Chile tem hoje 22 Data Centers e esperamos a chegada de mais 28. Porque as características do nosso país geram um ambiente seguro e previsível para poder investir a longo prazo na área. Isso contará com a participação da indústria, sociedade civil, organizações públicas e locais e fornecerá diretrizes para gerar acordos entre o Estado e o setor privado para que o investimento em Data Centers seja rentável e eficaz, e responsável com o meio ambiente”.

Com essas palavras, o Presidente Gabriel Boric anunciou, no Sétimo Fórum InvestChile, o Plano de Data Center criado no âmbito do Gabinete Pró-Crescimento e Emprego. O intuito é fomentar o crescimento da indústria através da utilização de energias renováveis não convencionais, com baixos padrões de consumo de água e acordos entre o Estado e o setor privado que promovam o desenvolvimento de novas tecnologias baseadas em dados.

“Nos últimos anos, a indústria de Data Centers se tornou um dos principais motores do crescimento econômico e da produtividade no Chile. A possível chegada de quase 30 novos Data Centers representa um investimento total projetado de 2,512 bilhões de dólares (12,8 bilhões de reais). Isso tem sido fortemente impulsionado pelas vantagens competitivas do nosso país em questões digitais e pela crescente demanda por serviços de processamento e armazenamento de dados. Temos uma oportunidade e não vamos deixá-la passar”, explicou a ministra Aisén Etcheverry, fazendo referência a números que já são públicos: Santiago é a primeira cidade do mundo em conectividade e fibra óptica, a segunda da América Latina em mercados com acesso à nuvem e o Chile é o terceiro país do mundo com melhor acesso à internet de alta velocidade.

Equipes do Ministério da Ciência se dedicarão a partir de junho a reunir informações da indústria, comunidades e especialistas nacionais e internacionais para entregar em setembro um roteiro que garanta que o investimento de Data Centers no Chile seja ecologicamente responsável, impulsionado por esforços público-privados e voltado para fortalecer a implementação de tecnologias inovadoras e P+D no território. Com prazo de seis anos, será desenvolvido com a participação de diferentes atores, identificando medidas a serem implementadas por cada um. A expectativa é que as diretrizes sobre o uso de energias renováveis não convencionais garantam que o crescimento dessa indústria seja sustentável em termos de consumo de energia e água, geração de acordos entre o Estado e o setor privado que impulsionem o investimento e a promoção de novos desenvolvimentos tecnológicos.

A coleta de informações será realizada em três etapas, com jornadas de trabalho com a indústria, sociedade civil e especialistas:

Com a indústria, serão realizadas sessões de trabalho com as 13 empresas de Data Center que operam no Chile para explorar em detalhes as oportunidades de investimento no setor, incluindo as tendências tecnológicas emergentes e as necessidades específicas de infraestrutura, serviços e consumo de energia e água. Da mesma forma, serão analisados os avanços tecnológicos mais relevantes até o momento, particularmente as soluções para os desafios das normas ambientais.

Para incorporar a sociedade civil, serão realizados trabalhos com comunidades que convivem com Data Centers e ONGs especializadas em questões hídricas para coletar os impactos socioambientais do setor e analisar medidas para garantir a relevância territorial dos projetos previstos para os próximos 6 anos.

Também será incluída a experiência de especialistas, representantes de centros de pesquisa nacionais e especialistas acadêmicos e governamentais da Noruega e de Espanha. O objetivo é obter uma perspectiva técnica, especializada e benchmarking internacional sobre a implementação de novos projetos no Chile, a fim de mitigar riscos e promover práticas sustentáveis. De acordo com dados da Agência Internacional de Energia, globalmente, o consumo estimado de eletricidade dessa indústria é equivalente a aproximadamente 2% da demanda mundial de eletricidade e sua pegada de carbono, incluindo serviços em nuvem, está próxima de 4%.

“O Chile é hoje um hub digital. Além de cerca de vinte Data Centers já instalados em nosso país, existem projetos tão relevantes como o Cabo Humboldt. Mas o que essa infraestrutura digital faz é possibilitar o crescimento e a exportação de serviços, que hoje são um setor muito relevante para a nossa economia. E quando falamos em exportação de serviços, estamos falando de conhecimento, da indústria de software, da inteligência artificial, das tecnologias do presente e das tecnologias do futuro que nos permitem melhorar a produtividade, mas também avançar na indústria mais sofisticada”, disse a ministra Etcheverry.

“É por isso que precisamos que esse investimento que existe hoje em Data Centers seja projetado para o futuro e que os projetos que estão em andamento hoje sejam realizados, mas de forma sustentável, cuidando do meio ambiente e cuidando dos principais desafios, que são o consumo de energia e água, ambos podendo ser abordados pela tecnologia”.